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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Entrevista: Myriam Therezinha Simen Rangel Cury, Juíza

*Fonte: O Dia.
"Sou exagerada na minha dedicação"
1. Como é o trabalho da senhora nas comarcas de Guapimirim e Inhomirim?
—Focado na produtividade e celeridade. De maio a agosto do ano passado, em Inhomirim, entraram 1.161 novos processos e proferi 1.441 sentenças. Já até sofri ameaças de morte. Tenho paixão pelo meu trabalho. Acho até que sou exagerada na minha dedicação. Talvez as minhas ideias sejam avançadas.
2. As ‘secretárias’ presidiam audiências de instrução e julgamento. Como explica essa situação?
—Elas não presidiam, elas iam adiantando a confecção das atas de audiência, a parte burocrática. Enquanto isso, vou apreciando pedidos de habeas corpus e tomando outras providências. Assim consigo prestar a jurisdição melhor porque não vou ter que dar a sentença ali na hora de qualquer maneira. Elas não decidem nada. Tudo acontece sob meu crivo. Quem preside as audiências sou eu.
3. Mas nas atas constam que as audiências ocorrem na sua presença e a senhora não estava lá.
—É despacho, não é decisão, embora esteja escrito ali. Quando é tomada alguma decisão é porque eu entrei na sala de audiência e decidi.
4. Dia 16, as audiências começaram às 12h. A senhora estava lá? Quando não está, ocorrem audiências?
—Não lembro. Pode ser que tenha me atrasado. Eventualmente, acontece (se referindo à sua ausência), mas estou em contato telefônico. Não posso parar a prestação jurisdicional por causa do trânsito caótico do Rio.

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