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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Ex-presidente de seccional da ABA condenada à prisão nunca foi advogada

*Fonte: Consultor Jurídico.
                    Por dez anos, a americana Kimberly Kitchen, foi uma bem-sucedida “advogada” que, com seu bom trabalho, conquistou uma posição de sócia da banca BMZ Law, na Pensilvânia. Muito bem conceituada, foi presidente da seccional da American Bar Association (ABA) no condado de Huntingdon. Kimberly, porém, nunca foi advogada. Nesta terça-feira (19/7), ela foi enquadrada nas diretrizes de sentenças que prevê penas de dois a cinco anos de prisão por atuar sem licença e falsidade ideológica. Kimberly nunca frequentou uma Faculdade de Direito. Apesar disso, ela tinha papéis falsificados da Universidade de Duquesne, na Pensilvânia, segundo os quais ela teria se diplomado com honras. E teria sido professora na Faculdade de Direito de Columbia. Mas sua única experiência veio, na verdade, do tempo que atuou como “secretária jurídica” da banca Reed Smith.
                    A farsa foi descoberta por acaso, por um colega. O advogado Greg Jackson foi encarregado de compilar uma lista dos membros mais antigos da seccional da ABA do Condado de Huntingdon, antes do Natal de 2014, e não encontrava nada. Ao investigar, descobriu que o número da licença de Kimberly pertencia, na verdade, à advogada de Delaware. Desde então, a carreira de Kimberly na advocacia desmoronou. Descobriu-se que ela nunca fez exame de ordem, embora tivesse comprovação falsificada, incluindo recibo da taxa da inscrição na ABA que teria pago. Ela nunca teve licença da ABA para atuar. Pegou uma “emprestada” de uma advogada de Delaware.
                    O juiz Fredric Ammerman, que a condenou por atuar sem licença, falsidade ideológica e adulteração criminosa de documentos, disse que ela não apenas se passou por advogada, sem ter uma licença, mas “se comportava como se fosse a melhor e a maior profissional de toda a região. O pior dessa história, disse o juiz, é que ela causou danos à percepção pública dos advogados de cidades pequenas. “Quando você atua em uma cidade do interior, uma das maiores dificuldades que você enfrenta é a crença popular de que advogados de cidades pequenas não são tão bons como os advogados da cidade grande”.
                    “Isso faz com que muitos clientes busquem advogados na cidade grande. Fatos como esse, em que a população fica sabendo que uma leiga passou por advogada conceituada por tantos anos, apenas solidifica essa opinião”, ele disse. Agravou o problema o fato de Kimberly ser uma “advogada” muito bem conceituada no condado. Como seu advogado declarou no julgamento, para tentar salvá-la, Kimberly “prestou serviços jurídicos de boa qualidade à comunidade e seus clientes estavam muito felizes”. Ela atuava principalmente em planejamento sucessório. Por isso, a decepção foi maior.

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