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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

MBL protocola ação contra posse de Nelson Nahim como deputado

*Fonte: G1.
Suplente da coligação de Cristiane Brasil foi condenado por estupro de vulnerável


                    BRASÍLIA — O advogado Rubens Nunes, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), protocolou na tarde desta quarta-feira uma ação popular para tentar impedir a posse na Câmara dos Deputados de Nelson Nahim (PSD-RJ), suplente da coligação de Cristiane Brasil (PTB-RJ), caso ela tome posse no Ministério do Trabalho. O pedido foi protocolado na 4ª Vara Federal da Justiça Federal em Niterói, e diz que a posse de Nahim seria um ato “claramente imoral”. Nahim foi condenado a 12 anos de prisão por estupro de vulnerável e preso duas vezes por envolvimento em exploração sexual de menores. Em 2016, quando saiu sua condenação, ele chegou a passar quatro meses na cadeia. Foi solto em outubro após obter um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é ex-vereador de Campos dos Goytacazes e irmão do ex-governador do Rio Anthony Garotinho, com quem diz estar rompido desde 2010.
                    A ação popular afirma que a posse do político “atenta mortalmente contra a moralidade administrativa, as instituições democráticas, a Pátria e contra o povo desta Nação”. A 4ª Vara Federal , acionada pelo advogado, foi a mesma que suspendeu a posse de Cristiane Brasil no ministério, na segunda-feira. A decisão foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), e a Advocacia-Geral da União (AGU) e a deputada federal recorreram ao tribunal. Ao todo, 14 pessoas foram condenadas no caso que envolve Nahim, que ficou conhecido como "Meninas de Guarus", que começou a ser investigado em 2009. De acordo com a denúncia, os réus mantinham e exploravam sexualmente crianças e adolescentes, entre 8 e 17 anos, em uma casa em Guarus, distrito de Campos. Segundo a representação, o lugar era mantido com as portas e janelas trancadas, sempre sob vigília armada, e as vítimas eram obrigadas a consumir drogas. Segundo o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, elas chegavam a fazer 30 programas por dia. Pelos programas realizados, recebiam comida e drogas e, em alguns casos, uma parte do valor pago pelo "cliente".
                    “O bando também firmou convênios com proprietários de hotéis e motéis locais, onde parte dos encontros era realizada. Ora, é evidente que a população brasileira não merece e não quer ter como seu representante um deputado condenado por estupro de menores e por exploração sexual de crianças e adolescentes, motivo pelo qual a presente Ação merece total provimento”, diz Rubens Nunes no pedido. Segundo o autor da ação popular, a imoralidade é tão patente que foi notícia até na imprensa internacional. Ele cita uma matéria do jornal inglês “The Guardian”, que repercutiu o caso.

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