*Fonte: Última Instância.
O MPF (Ministério Público Federal) abandonou nesta terça-feira (4/5) o júri popular dos acusados pelo assassinato do cacique Marcos Veron, após um impasse sobre o interrogatório das testemunhas de acusação, em grande parte indígenas da etnia guarani-kaiowa.
A Procuradoria exigia que as perguntas fossem feitas em guarani, por meio de um intérprete. Entretanto, a juíza Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal de São Paulo, atendeu pedido da defesa dos réus e tornou a tradução facultativa, invertendo a ordem pré-estabelecida —a princípio, a primeira pergunta (em qual língua deseja se expressar) seria feita em guarani.
Com a decisão, a magistrada decidiu perguntar, em português, em que língua vítimas e testemunhas gostariam de ser ouvidos. O tradutor só seria usado se o indígena respondesse, em português, que preferiria se expressar em guarani.
Hoje seriam ouvidas outras vítimas do ataque de funcionários da Fazenda Brasília do Sul, em Juti, Mato Grosso do Sul, a um grupo de indígenas que ocupavam o local. Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde são acusados de homicídio duplamente qualificado pela suposta participação no ataque, ocorrido em 2003, que resultou na morte do cacique, espancado até a morte.
A Justiça transferiu o caso para São Paulo, a pedido do MPF, por reconhecer a falta de isenção de um júri no Estado.
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