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domingo, 8 de agosto de 2010

CARLOS FERREIRA DA SILVA

"Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai."
(Sigmund Freud)

                    Até agora a pouco pensava sobre o que iria escrever, algum tema de processo civil que teimava em me vir à mente, Direito Administrativo, alguma questão penal, talvez sobre Direito Civil... mas aí me lembrei que hoje é Dia do Pai, e ao pensar sobre isso, ao trazer o meu pai para perto de mim, ao - constantemente - levar meu pensamento até ele, aí não sobrou espaço, nem motivo para escrever sobre mais nada. Meu pai é meu maior motivo, minha melhor história, meu norte, e de algum tempo para cá, meu destino.
                    Vontade grande de sentir seu cheiro, suas mãos, sua unha, seu cabelo, seu abraço, ver tv, descompromissadamente, como a muito não vejo mais.
                    Desejo imenso de pegar o telefone e ligar para você, te ouvir, falar a respeito de coisas que tem acontecido, de coisas que teimam (ou teimo eu) em não acontecer.
                    Isso sem falar nos processos, nas audiências, meu Deus, sairmos juntos para o trabalho, tomarmos um café, marcar algo pro fim da tarde, da semana, do ano.
                    Do muito que passou, desse tempo que não se pode deter, do muito que não deu tempo... das histórias que trago comigo e terminam por contar um pouco daquilo que sou, dos seus exemplos que me arrastam.
                    Freud tem razão, é verdade, das necessidades que pude experimentar até aqui, nenhuma encontrou maior importância do que a certeza de tê-lo ao lado, de me sentir protegido por você pai, desde a mão dada para atravessar a rua pela primeira vez, o desafio da bicicleta sem rodinhas, até o aprendizado (nem sempre fácil) em ouví-lo no silêncio de palavras e estar certo de que permanecemos de mãos dadas.
                    Caramba! Ser pai é tudo isso, não tem fim, não termina nunca, e renasce com a mesma força e intensidade do começo de tudo, o mesmo brilho azul e único que brota de seus olhos, se tornando eterno, pelas mãos da filha que nasce, pelos passos do filho que cresce.
                    E como canta o moço de Três Pontas pelos bares da vida... “pois seja o que vier, venha o que vier... qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar... qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar”.
                    Feliz Dia dos Pais, a todos nós.
Carlos Rafael Ferreira, advogado,
filho de Carlos Ferreira da Silva, pai de Rafaela e Renan.

Artigo publicado no site Noticiarama às 08:51 (08/08/10)
Acesse clicando no link abaixo:
http://noticiarama.blogspot.com/2010/08/coluna_08.html.

2 comentários:

  1. Lindo e emocionante e muito bem escrito, como todos os seus artigos, aliás. Nao sabia que vc escrevia tão bem. Parabéns. sucesso.
    Silvana Gaspar

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  2. Doutora Silvana,boa noite.

    Muito obrigado pelo carinho.

    Grande abraço.
    Carlos Rafael Ferreira

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