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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Exame de Ordem dos Advogados

*Fonte: Jornal do Comércio.
                    Na língua do Borys: uma vergonha! Sim, 88% dos que prestaram o último Exame da Ordem ficaram pelo caminho. Das toneladas de bacharéis despejados no “mercado” por centenas de “faculdades de Direito”, quase 90% rodaram. Alguns dirão, “ainda bem”; outros, crime com os recém-formados; mais alguns, vejam só ao que estamos submetidos. Pois é. Basta uma pesquisa com magistrados e teremos a opinião – no meu ponto de vista, correta – sobre a qualidade dos profissionais advogados que frequentam as salas de audiência e a capacidade de auto-incriminação que exercem nas peças que escrevem para fazerem prova de inaptidão contra si mesmos. Em verdade, e devemos reconhecer, a responsabilidade pelo genocídio cultural do advogado não é dos bacharéis, mas das faculdades que os (de)formam. O pecado da generalização no caso dos Exames de Ordem é admissível na medida em que meia dúzia de faculdades se capacitaram adequadamente para formarem profissionais que zelarão pela liberdade e pelo patrimônio material e imaterial das pessoas. Presenciamos por todos os cantos – e cantinhos – a proliferação de máquinas “educacionais” dedicadas a caçar níqueis e a vomitar bacharéis.
                    Quando se analisa a crise do “sistema de justiça” brasileiro, lá estamos nós os advogados. Não são somente juízes e promotores os atores do esgotamento do modelo. Em verdade, a formação de juristas está cada vez mais caótica e esclerosada. A nobreza da advocacia está na possibilidade de formarmos pessoas capazes de dar realização aos mais legítimos desejos de uma cidadania atormentada pelo vilipêndio diário dos seus mais comezinhos direitos. O advogado deveria ser um especialista em vida, cotidiano e em pessoas reais com carne, osso e sensibilidade. O que fazemos nas universidades nós, professores e proprietários do negócio “educação superior”? Todos os dias “especializamos” pessoas nas “generalidades” das letras mortas e das jurisprudências sem sentido ou utilidade prática. Existem os que sustentam o fim dos Exames da Ordem. Por que não pensar em exames quinquenais para efeitos de confirmar a manutenção de condições mínimas para o exercício da advocacia? Certamente a sociedade e os advogados agradeceriam! Realizem, reflitam! De cada 100, não mais que 12 bacharéis em Direito foram aprovados e distinguidos para receberem as prerrogativas que a Constituição da República outorga ao advogado. É muito pouco, ou é isso mesmo?!
Ricardo Giuliani
Doutor em Direito

Um comentário:

  1. Sou a favor de Exame de Estado para todas as profissões.
    O Exame é necessário, mas deve ser justo e legítimo.
    Um Exame justo sem fraudes, inscrição simbólica(R$200 é d+),sem reserva de mercado, pois os inscritos só aumentam e por coincidência os aprovados não passam de 16000.
    Até quando????
    Nós temos políticos que mal sabem ler e somos obrigados a passar por abusos, rasgando a CF.
    Ninguém respeita a constituição. Mas todos acreditam no futuro da nação. Que país é esse?
    Muito fácil dizer que o ensino está ruim, mas acho que é para todas as áreas, sendo irresponsabilidade colocar a culpa nos bacháreis em Direito.
    É muito fácil não fazer a prova e julgar necessária, tendo como justificativa a qualidade das faculdades, mas e atualização periódica;? O advogado deve estar sempre atualizado, pois a Lei está em constante mudança, mas a realidade é outra. A maioria dos advogados formados não passariam nessa prova e isso eles não admitem, pois o que vejo é muita arrogância, ignorância e falta de humildade.
    JUSTIÇA!!!!

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