*Fonte: Rondonotícias.
Nos últimos meses, o Exame de Ordem Unificado, que seleciona os bacharéis em direito aptos a exercer a advocacia, tem causado muita dor de cabeça aos dirigentes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Liminares e decisões judiciais questionando a constitucionalidade da avaliação se avolumaram, e, em dezembro do ano passado, veio a primeira decisão de segunda instância que liberou a inscrição de formados em direito sem necessidade de aprovação no Exame.
As liminares acabaram por serem derrubadas, e agora a questão está nas mãos do STF (Supremo Tribunal Federal). Mas as decisões judiciais não foram a única fonte de problemas no Exame. Insatisfeita com o trabalho que vinha sendo realizado pela Cespe/UnB, a Ordem mudou a empresa responsável pela confecção das provas, que agora são feitas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Nos dois primeiros exames com a nova contratada, os problemas voltaram a ocorrer. Supostas falhas na correção do segundo Exame de 2010 levaram a uma enxurrada de ações judiciais. No Exame 2010.3, realizado já em fevereiro deste ano, o problema foi a ausência de questões específicas de direitos humanos.
Para encarar esses problemas e recuperar a credibilidade do Exame, o Conselho Federal da OAB instituiu uma comissão especial para estudar mudanças na prova, e nomeou o secretário-geral da entidade, Marcus Vinícius Furtado Coêlho para presidi-la. “A comissão foi criada com o intuito de estabelecer um permanente diálogo entre a OAB e a Fundação Getúlio Vargas, entidade contratada para realizar o certame; bem como para estudar medidas que possam trazer evolução positiva à aplicação do exame”, disse a Última Instância em entrevista por e-mail.
Segundo Coêlho, no entanto, não devem se esperar mudanças no nível de dificuldade que alterem a alta taxa de reprovação no exame, que tem ficado acima de 80% do número de inscritos. “As reprovações são concentradas nos estudantes oriundos de faculdades de péssima qualidade. As universidades públicas e as particulares de boa qualidade aprovam cerca de 60% dos seus alunos”, afirmou o secretário-geral da Ordem. “O Exame de Ordem apresenta um padrão permanente quanto ao nível de dificuldade, independente do número de aprovações”.
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