Joel Gomes Moreira Filho
*Advogado, professor universitário e vereador de BH

Outras instituições creditam chances ainda maiores, devido aos baixos níveis nos reservatórios das hidrelétricas e às expectativas de chuva. É importante ressaltar que os reservatórios cumprem um papel ainda mais importante que a geração de eletricidade. A maioria está localizada em regiões com povoações no entorno e com necessidade de grande volume de água para a sobrevivência, ou mesmo, para a produção agrícola em alta escala. O controle do esgotamento nos reservatórios hidrelétricos é indispensável para evitar uma potencial crise com consequências ainda maiores que o racionamento. A situação é alarmante, mas a discussão não é recente. A Aneel confirmou que diversos projetos para ampliar significativamente a capacidade de oferta de energia estão com os cronogramas atrasados. Já o ONS repassa que parte do parque gerador térmico existente tem poucas possibilidades para ser alterado. É preciso ajustar o cronograma das obras em pauta e adotar medidas que integrem o processo das duas vertentes, Aneel e ONS. A ampliação da frente com políticas de conservação de energia para atender o cliente é outra ação que deve ser priorizada. Entretanto, o Brasil está retardando o momento de pensar, de forma eficaz, em como preservar e aumentar os recursos energéticos.
O planejamento de medidas não deve ser focado no período atual, mas, sim, para os próximos 30 anos. Também não deve ser direcionado para a criação de hidrelétricas, cuja implantação foi pequena nos últimos anos. São necessários mais projetos de energias renováveis modernas, como a eólica, a biomassa, ou mesmo, a solar e a instalação de hidrelétricas próximas às cidades. Trata-se de uma saída para reduzir os custos, com infraestrutura para atender a população mais distante das usinas. No momento, ficam os prejuízos para os consumidores que, além da possibilidade efetiva do racionamento, ainda terão que arcar com um aumento das tarifas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário