*Fonte: O Globo.
Ex-primeira-dama é acusada de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Entre os principais motivos para que a Justiça Federal aceitasse um novo pedido de prisão contra a advogada pelo Ministério Público — dois anteriores já haviam sido negados — estão contratos do escritório Ancelmo Advogados com empresas que receberam durante a gestão Cabral benefícios fiscais do governo fluminense e a suspeita de que ela estaria dando prosseguimento às práticas de corrupção e lavagem de dinheiro uma vez que não teria entregue todas as joias compradas pelo casal aos investigadores. "A requerida, advogada de grande prestígio no meio forense, não está sendo investigada pela prática de atos que ela teria cometido no exercício de função pública, e sim por participar de uma grande Organização Criminosa que, como apontam as investigações, teria se instalado na sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, a partir do então Governador do Estado Sérgio Cabral, seu marido", diz trecho da decisão do magistrado.
O escritório de Adriana Ancelmo arrecadou, em contratos com 40 clientes nos últimos oito anos (2008-2015), conforme dados obtidos pelo GLOBO, R$ 78 milhões. Os investigadores suspeitam de uma conexão entre os bilionários benefícios fiscais concedidos pelo governo Cabral — cerca de R$ 140 bilhões em renúncia entre 2008 e 2013 — e estes contratos. Figuram na lista de clientes da ex-primeira-dama a Telemar, a CSN, a Light, a Reginaves, o Metrô, a Brasken e a Unimed, entre outras favorecidas pelos benefícios. Um dia após a prisão de Cabral, o GLOBO revelou que dos dez maiores contratos do escritório Ancelmo Advogados, da mulher do ex-governador Sérgio Cabral, nos últimos oito anos (2008-2015), sete foram celebrados com empresas que receberam no mesmo período benefícios fiscais do governo fluminense. Dados obtidos pelo GLOBO, que teve acesso a todos os contratos assinados pelo escritório neste tempo, demonstram que R$ 27,33 milhões derivam dos sete contratos com empresas contempladas, que, juntas, receberam quase R$ 4 bi em isenções.
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