domingo, 29 de agosto de 2010

Robinho

“É tão estranho... assim parece ser, quando me lembro de você, que acabou indo embora cedo demais. Só que você foi embora, cedo demais... e o que sinto não sei dizer.
Vai com os anjos, vai em paz. Era assim todo dia de tarde, a descoberta da amizade, até a próxima vez... Não é sempre mais eu sei que você está bem agora, só que este ano o verão acabou cedo demais.”
Renato Russo

                    Cheguei a escrever outro artigo, enviei ao editor, mas confesso que não reconheci, naquilo que enviara, minhas palavras. Era preciso apagar, deletar o e-mail e escrever de novo, era preciso falar de você meu amigo, que por mais que eu teime em acreditar, se foi.
                    Naquele sábado, poucas horas antes - por volta das 19:00h - estava chegando em casa, quando um carro passou e alguém me saudou com a buzina, mas, em virtude do vidro escurecido, não reconheci, ele voltou, abaixou o vidro e trocamos algumas últimas palavras, intercaladas pelo sorriso aberto de sempre. Caramba... no domingo a notícia, poucos dias depois a pior notícia.
                    A escolha do poliesportivo foi feliz, uma digna, justa e pontual homenagem àquele que se tornara maior, muito maior do que um dia alguém pudera imaginar, tornou-se um consenso, educado com todos, franco, generoso, verdadeiro, transparente, humilde, cativante, atencioso, competente, inteligente, genial, e acreditávamos até, quem sabe, imortal.
                    Uma multidão perplexa, pelo fato, pela tragédia e também perplexa pela descoberta da falta que você faz, da ausência que, imediatamente, passou a se fazer presente, caminhando ao lado, a dor que grita, trazida pelo enorme buraco no peito de cada um de seus milhões de amigos.
                    Saudade, saudade demais.
Carlos Rafael Ferreira, advogado.

Artigo publicado no site Noticiarama às 07:00 (29/08/10)
Acesse clicando no link abaixo:
http://noticiarama.blogspot.com/2010/08/coluna_29.html.

2 comentários:

  1. Lindo o que vc escreveu sobre nosso inesquecível amigo. Falou tudo o que ele sempre foi.
    Até hoje não consigo acreditar.
    QUANTA falta ele nos faz!!

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  2. " ....perplexa pela descoberta da falta que você faz..."
    Lindo seu texto, verdadeiro, difícil não se identificar nele. Qta saudd...
    " Agora é tanto, que muito ainda é pouco para dizer o quanto. "

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