*Fonte: Tribuna do Norte.
Enquanto não se corrigem possíveis deficiências na elaboração do exame e na formação acadêmica em direito, a alternativa encontrada por quem precisa da carteira da classe são os cursinhos preparatórios. A quase totalidade dos candidatos aprovados se valem dessas instituições para se capacitar ao exame. “Os cursinhos são um mal necessário. Se não houvessem os índices de reprovação seriam infinitamente maior”, afirma o advogado e professor de direito do Trabalho do IAP Cursos, UnP e Escola de Magistratura do Trabalho do Estado (Esmat/RN) Alexandre Pinto.
A diferença entre o conteúdo dado em cinco anos de faculdade e os três meses de preparação, não se restringe ao tempo, nem ao investimento financeiro. O estudo direcionado varia de R$ 800 a R$ 1 mil para a primeira fase e mais R$ 300, para a segunda fase. Segundo o professor, a qualidade da aula e a valorização do professor entre as duas instituições são o a receita sucesso dos primeiros. Nos cursinhos, o valor da hora aula é até cinco vezes maior do que a paga em Universidades. Embora o currículo seja mais rápido, o ritmo e nível de aulas é mais intensificado, focadas no conteúdo programático para o exame.
Para o professor, as estatísticas negativas são conseqüência da abertura na rede privada de cursos, que não selecionam bem os candidatos na entrada. “Acabam trazendo semi-analfabetos, com extrema dificuldade de escrever e interpretar”. Mas os alunos também, tem sua parcela de culpa, por não investir em bibliografia e recorrerem a resumos de teoria. “Em geral, os estudantes atravessam o curso com apenas um livro de consulta, o Vade Mecum, que reúne um conjunto de leis”. Ao contrário do que se pensa, o grau de dificuldade não é tao alto. O candidato que se mantem ao longo do curso universitário com média sete “sem colar”, é classificado na prova de classe.
Mas a estrutura da prova deve ser revista. A extensão de cada pergunta exige maior tempo de análise para resposta. O ideal seria dividir a aplicação em dois dias, como acontece no concurso para juízes. “A OAB perdeu o foco da prova que deveria ser de aferição de conhecimento de iniciantes e não de advogados de carreira, como acontece hoje”, afirma.
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