Fonte: Correio Braziliense.
Formar-se em direito, não ser aprovado no Exame da Ordem e, consequentemente, encontrar dificuldades para estrear na carreira escolhida: saga bem conhecida pelos profissionais da área. A fim de reverter a situação, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio Grande do Sul propôs ao Conselho Federal da categoria a criação de um novo trabalhador do setor jurídico para incluir essas pessoas no mercado. Seria o estagiário bacharel, um colaborador dos escritórios de advocacia que exerceria as mesmas funções do estagiário convencional, mas com diploma. Especialistas estão divididos com relação à proposta. Segundo ele, ela pode ser uma oportunidade de aprendizado ou uma oficialização do exercício ilegal da profissão.
Segundo o documento, a ideia reúne vantagens, como empregar mais bacharéis em grandes escritórios. O presidente da OAB gaúcha, Claudio Lamachia, ressalta que a proposição é apenas uma extensão do período de estágio escolar e que o estudante pode aprimorar conhecimentos até ser aprovado no exame da OAB. “Fala-se em um contingente de 2 milhões de bacharéis sem trabalho. Vamos mudar essa situação”, defende.
O presidente ressalta que o período de estágio é de dois anos. O prazo sugerido evitaria a acomodação do profissional e o incitaria a continuar na tentativa de aprovação no exame da Ordem. “Quem quer ser advogado mesmo vai correr atrás.” Lamachia cita também que a dificuldade da prova é reflexo da deficiência na qualidade do ensino das faculdades. “Se o ex-aluno estiver mais próximo de bons escritórios, pode continuar a aprender”, completa.
O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, diz que analisará a proposta com o conselho, mas se mostra contrário ao posicionamento da seccional do Rio Grande do Sul. “Pode criar uma situação de subcategoria dentro da advocacia, com exploração massiva dos novos contratados.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário