*Fonte: G1.
Prova é necessária para quem quiser exercer a advocacia.
Capital paulista teve mais de 9 mil candidatos inscritos.
Nem só de recém-formados é feito um exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A prova aplicada neste domingo (9) é obrigatória para quem quer exercer a profissão, mesmo depois da obtenção do diploma. No entanto, vários bacharéis em direito passam anos em outras carreiras, sem jamais obter o certificado.
A prova objetiva traz 80 questões de múltipla escolha. Quem acertar o mínimo de 40 questões passa para a segunda fase. O resultado será divulgado em 19 de setembro.
Em São Paulo, cidade que reuniu 7,97% dos candidatos do país, havia pessoas com diversos perfis. Entre os 9.389 bacharéis esperados para fazer a prova na Uninove, no bairro da Liberdade, região central da cidade, muitos eram recém-formados, mas aqueles que queriam voltar ao direito depois de anos afastados também marcaram presença.
Maria das Dores é um exemplo de candidata com esse perfil. Ela tenta obter a licença da OAB 17 anos depois de se formar e encontra dificuldades. A prova deste domingo é a terceira que ela faz – nas duas primeiras, nem passou para a segunda fase.
A candidata tem um escritório de contabilidade, que é hoje sua profissão. Agora, quer ampliar os horizontes com o certificado, embora não tenha certeza de que vá precisar dele profissionalmente. “Ganho mais do que muito advogado”, contou a candidata.
Maria reclamou ainda do nível de exigência da prova da OAB, não só pela dificuldade das questões, mas também pelo preço da inscrição – que é de R$ 200. “É melhor investir para concurso público do que para OAB”, avaliou.
O candidato Rangel dos Santos passa por uma situação diferente. Formado em 2004, ele não precisava da licença enquanto trabalhava na parte administrativa de uma companhia aérea. Por isso, nem se importou muito quando não passou no exame em 2004 e em 2006.
“Quando você não depende disso, não dá tanto valor”, afirmou. Agora, Rangel foi chamado por um escritório e precisa passar na prova para exercer a profissão. “É bem mais difícil, você fica desatualizado”, disse o bacharel.
Já a candidata Rosely Zatz Schucman pensa o contrário. “É igual andar de bicicleta. Não fazia isso tinha dez anos e já voltou tudo”, comparou a candidata.
Rosely se formou há dez anos, mas deixou o direito de lado para cuidar de uma fábrica de roupas, ao lado do marido. Com a fábrica fechada, ela pensa em um novo projeto familiar. Seu filho mais velho já passou no exame da OAB e o mais novo está perto de concluir o curso.
A ideia é deixar São Paulo e abrir um escritório em Atibaia (SP). Para isso, Rosely precisa do certificado da OAB. “Se não passar, tudo bem, não tenho pressa”, disse a candidata, tranquila.
O funcionário público Arnaldo Pinheiro é outro candidato que disse não dar muita importância para o exame da OAB. Ele foi reprovado na prova em 2008, ano em que se formou, e só agora voltou a se inscrever.
“A minha formação não é para ganhar dinheiro, é para ajudar os outros”, afirmou o funcionário da Fundação Casa. Para ele, sua maior vitória foi conseguir se formar em um “curso elitista”.
“Quando eu falo de transformar a sociedade, não é com a OAB, mas sim com a vizinhança”, concluiu o candidato.
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