quarta-feira, 9 de julho de 2014

Aprofundamento do tema #FIMdoPOLÍTICOPROFISSIONAL

*Fonte: iaB.
Necessitamos de profundas reformas institucionais para fazer cessar nossa corrupção endêmica (que compõe um trio maligno ao lado da violência epidêmica e da desigualdade obcênica). Seria um bom começo a reforma política, que tem que ser feita em 2015, para valer em 2016 (toda mudança política tem que ser aprovada no ano anterior às eleições). Nenhum político pode fazer da política sua profissão eterna. Os mandatos devem ser limitados (proibindo-se reeleições contínuas, como as de Sarney, Collor, Renan etc.). As práticas corruptas (como a do financiamento de campanhas por pessoas jurídicas) devem ser atacadas diretamente. Mas também indiretamente devem ser enfrentadas, como as reformas institucionais. A cultura da corrupção é viciosa. Nova cultura deve ser imposta, virtuosa. Cortar radicalmente as mordomias e privilégios dos políticos pode ser um bom exemplo. Deles deve partir a exemplaridade. Nos países carcomidos pela corrupção (endêmica) e pela desigualdade (obcênica) as pessoas são tratadas conforme seu statussocial ou seu suborno. A corrupção endêmica corrompe praticamente todos os indivíduos (porque todos passam a fazer parte do “jogo podre”, para sobreviver). O indivíduo honesto, mas isolado, se sente impotente para virar esse “jogo podre” (Wallin 2014: 267). A mesma autora (Wallin) agrega (com base num estudo de Rothstein): “Em um sistema profundamente corrupto, a necessidade de oferecer e exigir suborno torna-se de tal forma impregnada no ‘mapa mental’ das pessoas que acaba tornando-se uma instituição informal na sociedade. Quando se é parado pela polícia, quando se pede um alvará para abrir um restaurante ou quando se busca um emprego no setor público, pagar suborno ou agir de forma ilegal é o procedimento padrão em um sistema corrupto”. Disruptura é a palavra-chave: temos que romper com todo esse sistema enraizado na nossa cultura. Ou nunca deixaremos de ser um país de corrupção endêmica.

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