sábado, 22 de maio de 2010

A arma e a mira

“Teu dever é lutar pelo Direito, mas no dia em que encontrares em conflito o Direito e a Justiça, luta pela Justiça.
(...) Tem fé no Direito, como o melhor instrumento para a convivência humana, na Justiça, como destino normal do Direito, na Paz, como substituto bondoso da Justiça e, sobretudo, tem fé na Liberdade, sem a qual não há Direito, nem Justiça, nem Paz.”
Eduardo Juan Couture, dos Mandamentos do Advogado

                    O saber jurídico, os conhecimentos argamassados e transmitidos ao acadêmico de Direito, sem dúvida alguma conferem ao bacharel uma arma na busca da Justiça, no trilhar da equidade. Como nas palavras de São Tomás de Aquino: "a Justiça consiste na disposição constante da vontade em dar a cada um o que é seu".
                    Todavia, a mira desta arma há de ser a ética, o norte desta trilha deverá ser a honestidade e seu caminho deverá ser a verdade. Pois se não, teremos um atirador irresponsável, suicida, louco e sanguinário, que sem pontaria ou compromisso com a humanidade, atira, tecnicamente, para todos os lados, em uma pulverização de inverdades e ilegitimidades, deixando nada mais que um rastro de balas perdidas e injustiça concreta.
                    O conhecimento e o talento, dissociados da ética, obstruem a imagem do profissional, comprometendo ou mesmo ferindo de morte sua permanência no mercado. Se por um lado estas qualidades conduzem à porta de entrada, condutas tortas e atitudes obscuras podem e deveriam conduzir à porta de saída.
                    Integridade é requisito fundamental a qualquer atividade profissional.
                    Como em toda profissão, até mais que isso, toda conduta humana, esta terá seu corpo singido por seus moldes, terá em sua aparência seu próprio conteúdo, claramente: sua palavra valerá o que valha seu comprometimento em cumprí-la, valerá o que valha quem a empenha.
                    Para Marilena Chauí, livre docente de Filosofia pela USP, “para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre o bem e o mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício”, e é aqui que assenta nosso papel de professor, de pai, de Homem.
Carlos Rafael Ferreira, advogado

Artigo publicado no site Noticiarama às 09:54 (22/05/10)
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