*Fonte: ig.
Sem a confirmação do nome do advogado geral da União, Luís Inácio Adams, para ocupar a vaga aberta com a aposentadoria de Eros Grau no Supremo Tribunal Federal (STF) –, alguns nomes se mantém na disputa pela cadeira. Mas poucos despontam com favoritismo. É o caso de Patrus Ananias.
Ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Luiz Inácio Lula da Silva, ele não esconde a ambição de ser alçado à mais alta corte do País.
“A possibilidade de ir ao Supremo é um desafio que me mobiliza. É um território no qual me sinto preparado. O STF é um espelho da minha trajetória”, afirmou Ananias a Leis e Negócios.
Candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo ex-ministro Hélio Costa (PMDB) em Minas Gerais, ele voltou ao que considera “suas origens” com a derrota nas eleições.
“Sou concursado na Assembléia Legislativa de Minas e dou aula de introdução ao estudo do Direito na PUC mineira. Dou aula para o primeiro e segundo ano do curso. Sou formado em Direito desde 1976 e gosto da área, claro, me identifico muito”, disse.
O nome de Ananias, apesar de aparentemente apagado nos holofotes da imprensa, nos bastidores de Brasília permanece em alta, mas de forma discreta.
“Ele é e sempre foi amigo da presidente Dilma e contribuiu muito para a fundação do PT. Ele foi torturado na época junto com a Dilma, até. Patrus tem conhecimento jurídico, além de uma reputação inabalada. Além disso, não seria suspeito para julgar nada”, avalia uma fonte ligada ao Palácio do Planalto que dá certeza de que o escolhido para vaga é Ananias, assunto que já teria o ponto final da presidente Dilma.
O ex-ministro não esconde a proximidade com membros do atual governo. Muito pelo contrário. “Meu nome surgiu para a vaga há algum tempo, sem qualquer efetiva participação minha nesse processo. Conheço muita gente de lá, já fui chefe de gabinete do ex-presidente Lula, sou um grande amigo do Gilberto Carvalho [secretário-geral da Presidência da República] e do Luiz Dulci [antecessor de Carvalho]“, salientou.
O que traz o nome de Patrus à tona nessa disputa é o fato de que, nos bastidores da Advocacia Geral da União (AGU), em Brasília, é sabido que, diferente do ministro Antonio Dias Toffoli –que sempre deixou clara a vontade de chegar ao Supremo—Adams sempre disse que sua meta era a AGU, cargo que ele ocupa atualmente.
Além disso, também forte na disputa para suceder Eros Grau, o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Cesar Asfor Rocha, teria desistido da candidatura à vaga, que deixou de ser a prioridade número um de Rocha.
O componente político é outro item a se considerar na sucessão ao STF. Patrus Ananias e o colega Fernando Pimentel – hoje ministro do Desenvolvimento – foram fiéis à candidatura de Dilma Rousseff, ainda que tenham protagonizado no ano passado um racha na chapa do candidato derrotado Hélio Costa (PMDB) ao governo mineiro.
Se a lógica política e o saber jurídico pesarem igualmente na balança, vale lembrar que Pimentel já teria sido recompensado com a presença no primeiro escalão de Dilma Rousseff. Basta saber se a presidente vai considerar se essa seria a hora e a vez de Ananias.
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