*Fonte: Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Minas Gerais - Subseção de Varginha.
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil deve dar exemplo em tudo o que faz. Não por acaso deveria mudar a escolha de seu presidente, com eleições diretas, em que todos os advogados do país pudessem decidir em quem votar para representá-los em âmbito nacional. A opinião é do advogado Luís Cláudio Chaves, presidente da seccional de Minas Gerais, estado que conta com quase 70 mil advogados inscritos e pouco mais de nove mil estagiários.
"Acho que as pessoas têm que pensar menos nos interesses corporativos e mais na OAB como um exemplo de entidade livre, soberana e que acredita no voto do advogado”, diz o presidente da OAB-MG. Ele rebate os argumentos contrários às eleições diretas para o Conselho Federal da Ordem, como o de que o estado que tem mais eleitores, no caso, advogados inscritos, elegeria o representante nacional. “Se fosse assim o presidente do Brasil sempre seria de São Paulo, e nós já tivemos presidente que veio de Alagoas, um estado pequeno", afirma.
Luís Cláudio afirma que, embora tenha ganhado todas as eleições que disputou, não acredita no voto em chapa. "Nós [ele e Raimundo Cândido, ex-presidente da seccional] ganhamos todas as eleições que disputamos até hoje. Foram sete. Todas em chapa." Mas, para ele, a eleição em chapa divide a entidade e distancia pessoas do grupo concorrente que poderiam contribuir com a situação.
A chapa de Luís Cláudio, que venceu as últimas eleições da seccional no final do ano passado, escolheu cinco pontos a serem trabalhados: prerrogativas, controle ético-disciplinar eficiente, qualidade no Exame de Ordem, qualificação dos advogados através da expansão da Escola Superior de Advocacia e o trabalho de valorização do advogado como pacificador social.
Neste ano, a OAB mineira esteve às voltas com o caso do goleiro Bruno, que responde pelo sumiço de Eliza Samudio. Sem dar detalhes do caso, o advogado afirmou que a participação da OAB foi de garantir que os direitos fossem respeitados, especialmente, em relação ao menor envolvido.
Ao falar sobre as prerrogativas, o presidente da OAB mineira afirmou que, quando as pessoas são mais técnicas, o nível de confronto diminui. Ele diz que, mesmo quando o juiz ou uma autoridade viola a prerrogativa do advogado, é necessário agir de maneira técnica. "Tem juiz que acha que pode domar o advogado. Não é assim. O advogado é parcial e vai agir, parcialmente, a favor do cliente dele. Ao juiz cabe deferir ou indeferir e fundamentar", diz.
Com 45 anos, o advogado Luís Cláudio Chaves assumiu o comando da OAB para o triênio 2010-2012. É advogado militante há 22 anos, atuando em família e sucessões. Professor desde 1988, o advogado é mestre em Direito e autor de livros jurídicos. Luís Cláudio recebeu a ConJur, na sede da OAB mineira, em Belo Horizonte, no início de outubro, quando foi lançado o Anuário da Justiça de Minas Gerais. Participou da entrevista a repórter Mayara Barreto.
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