*Fonte: fatimanews.
É fato que a venda “virtual” e “analógica” de diplomas de diferentes profissões é uma realidade desconfortável. E esse comércio parece ter chegado também aos registros nas categorias profissionais. Com o discurso de que o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é coisa do passado, um perfil com o nome de “Luis”* no Facebook traz, por R$ 3,8 mil, a promessa da emissão rápida –em 17 dias úteis– e segura da carteira da Ordem, documento fundamental para que o bacharel em Direito possa atuar efetivamente como advogado. “Para quem já foi reprovado no exame diversas vezes entende o que estou propondo. Trabalhamos com registro junto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) onde temos um convênio com órgãos de algumas províncias para aqueles que não conseguem passar pelo exame e não tem mais tempo para perder. Podemos lhe ajudar”, diz o perfil no Facebook, que foi criado em 2 de junho último e já conta com mais de 380 amigos.
O autor do perfil indica um email para que o interessado na carteira entre em contato. Depois pergunta qual o Estado da pessoa que escreve e, na sequencia, numa mensagem com erros de português, mas padronizada, explica as condições para conseguir o documento de advogado. Também garante se tratar de um “registro completamente autêntico”. Nesta resposta o autor do perfil pede que, se houver interesse, seja efetuado um adiantamento de R$ 980 e o restante do pagamento deverá ocorrer na entrega da tal carteira.
A promessa de conseguir o documento, segundo o autor da página na rede social, é possível se o interessado for morador de São Paulo “fornecido pelo órgão real de Campinas”, mas que consegue, também, aos interessados do Rio de Janeiro e Curitiba. Ele também pede sigilo por saber que se trata de “uma venda ilícita”. O iG não conseguiu falar com nenhum suposto comprador da carteira.
A OAB paulista afirmou que está oficiando o caso à Polícia Federal e ao Ministério Público para investigar. Em nota, considerou que o perfil criado no facebook foi de “forma irresponsável, com o intuito de criar falsa situação e atacar a imagem da instituição, o que já constitui um ato ilícito”. “E, para dirimir qualquer dúvida sobre o episódio, a OAB-SP está encaminhando o caso para a Polícia Federal para que sejam apurados todos os fatos; inclusive autoria do perfil, que propõe fazer o ‘registro irregular’ dos bacharéis nos quadros da OAB”. Duas horas após a publicação desta matéria, o perfil do usuário que prometia a venda das carteiras saiu do ar. iG verificou que às 17h15 o perfil já não existia mais.
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