*Fonte: Veja / Reinaldo Azevedo - Daniel Haidar.
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró arrolou a presidente Dilma Roussef como testemunha em uma ação penal na Justiça Federal do Paraná. O pedido foi protocolado nesta segunda-feira. Como em qualquer ação penal, todo depoimento proposto pela defesa de um acusado precisa ser aceito pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, para ser realizado. Nesse processo, o ex-diretor é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter recebido propina por negócio no qual a estatal comprou sondas da Samsung Heavy Industries.
Mas Cerveró também é investigado por ter recomendado a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, ao conselho de administração da petrolífera. Pelo empenho no péssimo negócio, Cerveró recebeu suborno, de acordo com depoimento do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. Pasadena deu prejuízo superior a 1 bilhão de reais para a petrolífera.
Embora o ex-diretor ainda não tenha sido acusado criminalmente pela transação, o advogado Edson Ribeiro, que defende Cerveró, tenta desviar o foco das acusações contra Cerveró e responsabilizar o conselho de administração da estatal, presidido na ocasião por Dilma, por Pasadena. “Ela não era na época presidente do Conselho de Administração? Não vou adiantar as perguntas que faremos”, afirmou Ribeiro.
Na petição entregue à Justiça, a defesa de Cerveró também solicita que seja intimado o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli como testemunha de defesa na ação penal que trata do suborno na compra de sondas. Foram solicitados ainda depoimentos de João Carlos de Lucca, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), de Álvaro Teixeira, do IBP, de Hercules Tadeu Ferreira da Silva, ex-diretor da Petrobras Angola, de Luiz Carlos de Lemos Costamilan, ex-funcionário da Petrobras e conselheiro de administração da Queiroz Galvão, de Eloy Fernandez y Fernandez, presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), e do consultor Ricardo Mucci.
Ainda que o magistrado não permita a oitiva de Dilma, na prática, o ex-diretor tenta mandar um recado ao Palácio do Planalto de que não arcar sozinho com a punição pelos crimes a que responde.
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