*Fonte: Última Instância - com a colaboração do Doutor Jader Silveira Alves.
O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, afirmou que recorrerá da decisão que considerou o Exame de Ordem inconstitucional. Por meio de nota, Ophir disse que a preocupação da entidade é priorizar a qualidade dos advogados que vão ingressar no mercado de trabalho, em detrimento da quantidade. “Para a Ordem, seria muito confortável não ter o Exame de Ordem, ela teria 2 milhões de advogados hoje; nós somos 720 mil advogados hoje”.
Segundo Ophir, a decisão do desembargador Vladimir Souza Carvalho, do TRF-5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região), “demonstra o descompromisso com a qualidade de ensino”. O presidente ressaltou que a entidade “não vai descansar enquanto não for reformada; vamos usar de todos os recursos necessários para atacar essa decisão”.
Para ele, o STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar o recurso extraordinário – mencionado na decisão da Justiça Federal, que discute a constitucionalidade do Exame de Ordem para o ingresso no quadro de advogados da OAB – ainda esse ano e colocará “uma pá de cal definitiva nessa questão”.
Ophir ainda alegou que o ensino jurídico sofre com as cerca de 250 mil vagas disponíveis em 1.128 faculdades de direito. Para ele, se não houvesse o Exame de Ordem para selecionar os estudantes aptos para exercer a profissão, “isso despejaria no mercado pessoas sem condições de lidar com esses bens que são a liberdade e o patrimônio, gerando um problema sério”, afirmou. “Ao invés de se defender direitos, isso poderia se servir a atacar os direitos das pessoas que demandam esse serviço”.
O presidente da Ordem também observou que o reflexo do ensino “sem qualidade” não é exclusividade da OAB, mas é visível nos concursos para juiz, para o Ministério Público, para a Defensoria Pública, para delegado de polícia e para as demais carreiras jurídicas nas quais é necessário ser advogado.
De acordo com Ophir, a Ordem tem trabalhado para impedir que novos cursos sejam aberto, em parceria com o MEC (Ministério da Educação), e para a diminuição no número de vagas “e até fechamento de cursos”. “É necessário que tenhamos critério, seja para criação de cursos, seja para renovação, e também para habilitação profissional”, reforçou.
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